Em um ato de total desconsideração e desrespeito com os trabalhadores da segurança pública, a Comissão Especial da PEC 06/2019 não aprovou o Destaque 40 do PSD, que continha os principais pleitos para garantir a aposentadoria policial. A votação foi realizada na quinta-feira (04), logo após a aprovação do relatório final, totalizando 30 votos contra e 19 a favor.
Durante toda a semana o sistema sindical, inclusive os diretores do SINPRF-PR, trabalharam incansavelmente no Congresso Nacional e também nas redes sociais para buscar o apoio dos parlamentares que integravam a comissão, para que o Destaque fosse aprovado.
Porém, a base governista, liderada pelos deputados federais Joice Hasselmann e Luciano Bivar, e também com a atuação do ministro da Economia Paulo Guedes, se manteve concentrada em derrubar o Destaque 40, orientando os deputados do PSL a votarem contra. As articulações maldosas da deputada Joice foram intensas já na quarta-feira (03), coagindo os partidos de centro a votarem contra, promovendo ainda a troca de membros da Comissão e a inversão na ordem dos destaques.
Categoria tenta negociação com o Governo Bolsonaro mas sem avanços
O Governo, na tentativa de enganar a categoria, chegou a sinalizar a exclusão dos policiais da União da Reforma da Previdência, com tratamento posterior junto com os integrantes das Forças Armadas. Porém, a informação era apenas uma notícia falsa para atrapalhar o andamento das negociações.
Na quarta-feira (03), os representantes foram chamados para um reunião para discutir uma suposta proposta, a qual nem sequer foi apresentada formalmente. Os parlamentares da base do Governo fizeram uma proposição, já induzindo para a recusa, sem nenhuma garantia da inclusão no relatório.
Na segunda-feira (01) foi realizada uma reunião na casa oficial do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, com líderes de partidos e a participação de algumas entidades policiais, entre elas a FenaPRF. Durante o encontro foi elaborada uma proposta pelos parlamentares, com intervenções do sistema sindical, a qual atendia boa parte dos pleitos das forças de segurança, mantendo os pontos que o Governo considera inegociáveis. A mesma foi repassada ao Governo Bolsonaro, que ficou de dar uma retorno, porém, a equipe econômica recusou mais essa tentativa de acordo.