No início do mês, na madrugada da terça-feira, dia 09, policiais rodoviários federais escoltaram o carro de uma família moradora de Lontras, em Santa Catarina, que estava parada em um bloqueio na BR-376, em Guaratuba, litoral do Paraná. O motivo foi nobre: o menino Vitor Hugo, de quatro anos, que estava no veículo, viajava a caminho de Curitiba para realizar uma cirurgia aguardada há dois anos.
Vitor nasceu com micrognatia severa, uma condição em que o osso da mandíbula não se desenvolve adequadamente, impossibilitando-o de se alimentar e até de respirar sem ajuda de aparelhos.
A família estava aguardando a realização da cirurgia há dois anos e, naquela madrugada, saíram de casa em direção a Curitiba. No meio do caminho, ficaram parados devido a um tombamento de um bitrem que interditou totalmente a pista sentido norte da BR-376, desde 1h45 até às 6h30.
Segundo a mãe de Vitor Hugo, Bianca, eles teriam que internar o menino às 7h no Hospital Nossa Senhora das Graças. Por volta das 4h, quando já estavam subindo a serra, encontraram a pista fechada e ficaram parados.
Nesse momento, segundo Bianca, o medo tomou conta, pois perceberam que ainda estavam longe do destino. “Nós estávamos desesperados porque perderíamos a cirurgia dele se não chegássemos ao hospital a tempo. A cirurgia era esperada há muito tempo, então, liguei para a PRF e expliquei a situação ao policial e perguntei se poderiam nos ajudar”, disse a mãe.
Para abrir caminho e permitir a passagem do veículo, a PRF mobilizou uma equipe e mais de 100 caminhões foram movimentados de posição.
Os policiais conseguiram localizar e escoltar o veículo, sendo necessário utilizar a contramão da pista sentido sul da rodovia. O carro foi levado até um ponto depois do acidente onde conseguiram passar para seguir viagem.
“Quando chegaram até nós e observei o trabalho deles pra abrir caminho pra gente, eu vi que não era nada fácil, mas eles estavam ali, sem medir esforços pra nos ajudar. E conseguimos passar graças ao trabalho incrível dos policiais que fizeram o impossível por meu pinguinho de gente. Chegamos lá no hospital faltando 10 minutos para a internação. Puxa! Que sufoco e adrenalina começar nosso dia assim”, conta Bianca.
Vitor já está se recuperando em casa. “Só agradeço primeiramente a Deus, e só tenho a agradecer a esses policiais. Quando o Vitor crescer e entender melhor as coisas, eu sempre vou contar isso que a gente passou pra ele e, quem sabe quando ele crescer, e se for da vontade dele, ele seja um PRF também?! Só gratidão”, finaliza Bianca.
Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública.